Ubaldo não tinha emprego, não tinha família perto, e nem tinha o que fazer em suas férias que já duravam mais de um semestre, no entanto, conseguia com muito esforço completar algumas obras.
Sua vida se resumia em acordar, lavar o rosto, comer biscoitos secos com leite fervido e ir pro papel. Seus papéis se resumiam em aquarelas escuras de água turva, onde poucos rostos se escondiam entre seios sempre encobertos por muita, muita tinta.
Depois do almoço ele tirava a rolha com os dentes, como um pirata faz, mas parava subitamente, e com gestos elegantes despejava sua cachaça sobre um copinho miserável.
A tragédia começou. Ubaldo mecanicamente pegou seu pincel e mecanicamente o molhou na água, molhou na tinta, molhou no papel, molhou na água, molhou na tinta, e, de repente!... Molhou no copinho.
sábado, 17 de dezembro de 2011
quarta-feira, 14 de dezembro de 2011
5
Onde as pessoas vivem
Apenas por viver
Você as observa
Desejando não ser
Mais uma pessoa
Que não faz poesia
Ou só faz com rima boa
Apenas por viver
Você as observa
Desejando não ser
Mais uma pessoa
Que não faz poesia
Ou só faz com rima boa
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