sábado, 17 de dezembro de 2011

Copinho brasileiro

Ubaldo não tinha emprego, não tinha família perto, e nem tinha o que fazer em suas férias que já duravam mais de um semestre, no entanto, conseguia com muito esforço completar algumas obras.
Sua vida se resumia em acordar, lavar o rosto, comer biscoitos secos com leite fervido e ir pro papel. Seus papéis se resumiam em aquarelas escuras de água turva, onde poucos rostos se escondiam entre seios sempre encobertos por muita, muita tinta.
Depois do almoço ele tirava a rolha com os dentes, como um pirata faz, mas parava subitamente, e com gestos elegantes despejava sua cachaça sobre um copinho miserável.
A tragédia começou. Ubaldo mecanicamente pegou seu pincel e mecanicamente o molhou na água, molhou na tinta, molhou no papel, molhou na água, molhou na tinta, e, de repente!... Molhou no copinho.

quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

5

Onde as pessoas vivem
Apenas por viver
Você as observa
Desejando não ser
Mais uma pessoa
Que não faz poesia
Ou só faz com rima boa

quarta-feira, 30 de novembro de 2011

3

Nas escolas, nos grupinhos
A Vadia ganha tudo
O Cretino de boné
Acha que aquilo é
Acha porque falam:
-Meu filho, um anjo!

sexta-feira, 25 de novembro de 2011

O que percorre seus lábios

Palavras fortes.
Cheia de palavras FORTES, e vazias.
Vai falando e nem percebe a merda.
A merda que sai de sua boca. È, to falando de merda mesmo!
Palavras fortes sem nada por trás.
Que antipatia, QUE ÒDIO!

sábado, 19 de novembro de 2011

1

Indecente
O que eu sinto
Todos sentem,
Mas juro por tudo,

Que na minha forma de ser
Viver é complicado

É complicado ser tudo fácil
É complicado anjoar-me fácil
É complicado não entender
Fácil é, complicado ser.

quinta-feira, 15 de setembro de 2011

Idealizando vida

Queria ter vivido várias coisas,
enquanto quis olhei as fotos.
Foi difícil ainda é.
O pior disso tudo,
é que eu não acredito em futuro.
Não vejo nada alem das fotos.